segunda-feira, janeiro 01, 2007

As 10 (significativas) conclusões que meu fim de ano proporcionou

1. O Natal têm de ser vivido em família. É ingênua e pueril a revolta adolescente-comunista contra o Natal, porque ela nada faz contra ele. Mas...

2. O Natal não deve ser vivido em família por ser uma festa com um sentido único e todo aquele blá blá blá religioso. Ele é, de fato, a única chance que a grande maioria de nós terá, durante todo o ano, para ver, dialogar, compartilhar histórias e rir com as pessoas que levam o nosso nome. Principalmente para rir de arrotos encaixados hiláriamente em momento nada propícios...

3. Passar o reveillon com os amigos é uma experiência que deveria se tornar obrigatória através de um decreto-lei. Todo cidadão estaria obrigado a faze-lo, pelo menos uma vez na vida. E se ele não tivesse amigos, o governo seria obrigado a os fornecer, assim como faz com advogados de defesa para réus menos favorecidos economicamente. Sem dúvidas um mundo melhor surgiria dessa simples medida.

4. Uma viagem pode ser completamente diferente do planejado, e ainda assim ser inesquecível...

5. É mais que um antigo clichê entre os sociólogos, a afirmação de que uma sociedade, para manter-se coesa, necessita de rarefeitos momentos de insanidade coletiva e barbárie. Você só entende o quanto é importante, para os seres humanos, obter a condição de imbecil temporário quando vê isso, ao vivo e a cores. Muitas cores...

6. O Pagode, esse estilo musical tão polêmico, apresenta relevantes sinais empíricos que apontam no sentido de defini-lo como a condição sine equa non para a instalação do estado temporário de barbárie.

7. Uma barbáriezinha de vez em quando não faz mal a ninguém. E é, como já foi dito, necessária, inclusive para sociólogos e pseudo-intelectuais, não necessariamente nessa mesma ordem nem muito menos excluindo um grupo do outro...

8. O tipo pitoresco de relação amorosa empreendida nesses eventos é de grande utilidade pública. Serve, sobretudo, para que os amigos, expremidos numa casa deveras pequenina, possam rir um do outro enquanto deixam o resto da noite - que em sociedades primitivas servia para dormir - escapar do sol que surge, poderoso...

9. Há sempre um jeitinho - não necessariamente brasileiro - para problemas muito grandes, como uma fila gigantesca. Basta estar com a pessoa certa, na hora certa, e que essa pessoa certa saiba muito bem fazer a coisa errada. "Ah, e a cidadania, meu caro?" Dirá o leitor. "E os direitos iguais dos outros que chegaram antes de você e foram lesados pela sua esperteza?" Vocês entenderão que discursos são sempre discursos. Eu entenderia se qualquer uma daquelas pessoas da fila tentassem me lesar também. Esse é um típico exemplo de como o estado de natureza - de Hobbes - é de fato o quadro da condição natural do homem, para o qual ele se volta sempre que se sente oprimido pelos direitos coletivos. Hobbes era o cara...Principalmente hoje, ele me pareceu muito importante.

10. O vivido não se perde. Os feriados acabam, o próximo dia de trabalho chega e se vai, as promessas de biz ficam mais ou menos fixadas nas memórias. Mas as experiências estarão sempre com aqueles que não as teme. Por isso, meus caros, just push play, e deixa rolar. A dor de uma experiência negativa nunca será pior do que a frustração de não ter tentado, de não ter ficado, de não ter bebido, de não ter pulado, de não ter beijado...


p.s.: As conclusões aqui apresentadas não são, de modo algum, questionáveis, para quem quer que seja. O dono desse blog sabe exatamente do que está falando, de modo que críticas serão sempre rasas e desnecessárias. Muito obrigado.

7 comentários:

Anônimo disse...

"O dono desse blog sabe exatamente do que está falando..."
E quem participou de td isso tb...hahaha.
Amei os comentários. Vc conseguiu resumir perfeitamente os 4 dias em alguns tópicos.
Momentos maravilhosos que passamos com nossos amigos, não tem preço. (parecendo propagando do mastercard)heheheheh.
Aprendi mtas coisas nessa viagem, inclusive que podemos sim encarar umas noites de pagode né? Rsrsrs.
A barbárie foi divertidíssima, assim como as resenhas no quarto (quem se aplicou?? Hahahaha).
A volta então, nem se fala, por isso que eu sempre ando com pessoas inteligentes e de talento, hihihi.
Só mais uma coisa: "Massa, massa, o reveillon foi massa"
Hahahahaha.
Bjos amore.

Anônimo disse...

...

Anônimo disse...

show maninho.

rapa, coisas sem efeitos hollywUdianos dão nisto ...
A simplicidade de ações, embora muitas vezes até pareçam bobas, são muito prazerooosas. Ahhhhh e nem precisa de festas melancolicas em saloes de granito!

Bom, "você é menino ?" . Curti bastante com todos que estavam no insano-local.
Fica é o gostinho do BIS.

Sucesso pra vc !

"Eu entenderia se qualquer uma daquelas pessoas da fila tentassem me lesar também." O_O ( risos )

Anônimo disse...

Falou Fabinho,mto bem garoto...lesar?? Hahahahha, acho que isso "ofendeu" ele viu Rimaci??
Mas concordo c o que ele disse.
Amei estar mais uma vez com vcs, que a cada dia tornam meus dias mais especiais.
Bjinhos

Anônimo disse...

"Que porra eh essa?" Hahaha. Oh "menino" que escreve bem!Soh mesmo vc para conseguir em poucas palavras relembrar o nosso reveillon t bem. Qdo crescer quero ser q nem vc tio, rs! O ano novo deixou na boca um gostinho de quero mais, ainda mais das CAIPIRINHAS.Eta cachaça da porra! Eh verdade, um reveillon q começou com cara q n ia dar certo, dando ateh vontade de voltar pra casa, se tornou INESQUECIVEL. Em falar em inesquecivel, kd o bolinho da madrugada, o cream cracker e o suquinho? E qdo eh dos outros ainda eh mais gosto, n eh? Qto a lesar terceiros, quem nunca fez isso q atire a primeira pedra, e foi por uma causa nobre, ou era lesando ou chegando meia-noite em casa. Sem falar que eh mto divertido, rs. Salvem os bons velhinhos e a barbarie! Viva a babilonia!! bjao

Fernanda Furtado disse...

Adorei! Nao estava lah, rs, mas ateh parece que sei do que vc estah falando. Sinto falta da sua maneira de pensar o mundo.

Mil beijos.

joanarizerio@gmail.com disse...

ei antonio!

ainda bem que concordei com tudo o que você disse, porque se você chamasse minhas críticas de rasas ia ter briga! rs

brincadeiras à parte, venho dizer que o teu comentário no meu blog me lembrou coisas do tempo em que eu não tinha blog (dois ou três meses atrás), e pensava, sem muito apego, em criar o meu próprio. me perdia nesses fantásticos blogs da vida e me fascinava com a possibilidade de interagir prosaicamente nas discussões mais sérias. fiz amigos pra toda a vida em caixas de comentário alheias, que sentia tanto minhas quanto dos próprios donos. me apaixonei mais ainda depois de perceber que o retorno do leitor no blog existe e é tão ou mais legal do que o próprio blog.

há quem diga que a internet prejudica relacionamentos, eu penso o contrário: se bem usada, é das ferramentas mais extraordinárias da comunicação moderna, ampliando e aproximando esferas intocáveis, transformando em fluidas questões cotidianas. e é pra ser assim! o espaço para a discussão de idéias, como você vê, não delimita fronteiras. eis-me aqui comentando uma idéia sua, e sequer nos conhecemos. não é maravilhoso?

li o ótimo conto que você recomenda alguns posts abaixo, e pra incentivar a profusão do conhecimento gratuito (mais uma das maravilhas da internet, na minha opinião; eu trabalho, inclusive, em um jornal que prega o acesso gratuito a todo e qualquer tipo de informação), mando por aqui, se me permite, o link de "Capitu sou eu", conto maravilhoso que dá nome ao novo livro de Danton Trevisan: http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/1737,1.shl

um abraço!!