terça-feira, janeiro 22, 2008

Eu e Ela

Ela: E ai, como vai o blog?
Eu: Parado. O mundo tá girando muito rápido. As idéias vêm, mas antes que eu possa sentar e escrever vem outra idéia, e esqueço da anterior...
Ela: Seu blog até que é legal. Você só não sabe escrever bem sobre casos de amor.
Eu: Deve ser porque eu não sei amar...
Ela: É. Só pode ser porque você não sabe amar. (risos)
Eu: É engraçado como muita informação vira informação nenhuma. Estamos sempre perdendo cada vez mais detalhes das coisas...Sempre nos sobra só uma parte.
Ela: Nossa, que elaborado. Com certeza essa idéia não é sua. Onde você viu?
Eu: Eu li no livro de Friedman que vc me indicou. Você deveria saber que estou falando dele, "O mundo é Plano".
Ela: Eu indiquei mas não li. Só vi uma resenha a respeito. Quem disse que eu tenho q ja ter lido os livros que indico?
Eu: É racional supor que sim...
Ela: Odeio a racionalidade, principalmente quando ela se volta contra minhas práticas cotidianas...(risos) Mas eu sei que o livro diz que os indianos vão dominar o mundo. Eles fazem qualquer coisa. Você deveria terceirizar seu blog, e entregá-lo a um contador lá na Índia...Você tem a idéia e ele escreve. Se livre do trabalho duro e repetitivo e fique com a criatividade da coisa. O que acha?
Eu: Você já teve idéias melhores...
Ela: Posso ser sincera? Eu não gosto de Radiohead. Pára de ficar me mandando ouvir musicas deles.
Eu: Uma pessoa que não gosta de Radiohead tem sérios problemas. Você já fez análise?
Ela: Minha mãe faz análises nas pessoas. Não sei se devo confiar em analistas, tendo esse exemplo como base.
Eu: se você lesse meu blog, saberia que eu também não gosto de análise. Isso é mais um ponto em comum. Será que é você a tampa de minha panela?
Ela: Eu poderia ser, se você perdesse essa mania de querer fazer tudo certo. Se permita não ser correto algumas vezes, e a gente conversa.
Eu: Mas eu já estou fazendo isso. Olha eu aqui, conversando com você? (risos)
Ela: Você tem bom papo, só precisa melhorar nas cantadas.
Eu: E você deveria voltar logo. Uma mulher pode sonhar com mil aventuras, deve realizar umas cem e precisa casar antes dos 30. Você já está muito perto da idade de tirar a mochila das costas.
Ela: Isso também é racional? Desista, baby. Felicidade não é racional. O mundo mudou e as mulheres que choram após passarem dos 30 -porque não arrumaram maridos- são as que pararam no tempo. Ser feliz pode e deve não incluir marido e filhos. Meu conceito de felicidade não os inclui, por enquanto.
Eu: Eu também penso assim, mas a estatística prova que todas vocês mudam de opinião depois dos 30. São números...
Ela: Se você tivesse escolhido a antropologia, relativizaria mais esses números. É por isso que acho esse pessoal de Política meio perigoso...
Eu: Aff.. Lá vem você com essa conversa de relativização de novo... Vamos voltar a falar de amor?
Ela: Primeiro você precisa aprender a amar.
Eu: Me ensina?
Ela: Clichê. Seja mais criativo.
Eu: Desisto. Estamos conversando em ciclos.
Ela: Você e sua obcessão pela linearidade das coisas... Eu gosto muito mais da idéia de ciclos. A história, por exemplo. São ciclos, isso é muito claro.
Eu: Marx discorda. Você não é marxista?
Ela: Marx errou em muitas coisas. Mas eu não interpreto a idéia de história dele como linear.
Eu: Você leu só o manifesto comunista, é isso.
Ela: É surreal imaginar que estou as duas da manhã no telefone ouvindo um cientista social que trabalha em laboratório de química me explicar o conceito de história em Marx e criticar meu nível de leitura...
Eu: Tá, já saquei que isso foi um "boa noite, até logo". Então, boa noite, até logo!
Ela: Ser surreal não sinifica ser ruim... Fica mais um pouco?
Eu: Não dá baby. Vamos esperar o próximo ciclo, ok? Um beijo.
Ela: Tá, eu te espero no fim da reta da história. Um beijo.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Introdução ao "Primeiro Tratado Sobre o Mundo"

Eu estou disposto, desde o início de minhas parcas férias, a escrever algo neste blog. Fiquei ainda mais disposto ao saber que outros amigos estão se aventurando nesse brinquedo de blogar, e o estão fazendo de forma brilhante. Li um texto malemolente aqui... Um outro bastante ácido ali... E resolvi que eu tinha que escrever algo, pra me sentir vivo.
Nesse meio tempo, vivi pelo menos meia dúzia de coisas que, acontecidas na época em que eu levava este blog a sério, dariam pelo menos um texto cada uma. Eu li um livro bastante interessante, "O Mundo é Plano", de Thomas L. Friedman; Conheci pessoas e lugares (boates! rsrs) novos; me apaixonei perdidamente e desisti da paixão na manhã seguinte; e pra completar de forma trágica, o meu avô, o lendário Seu Arlindo, resolveu ir conhecer o céu. Só em citar os fatos, fico pensando em introduções e piadinhas discretas para cada um dos textos de cada um dos fatos. Mas eu resolvi economizar. Hoje eu decidi que vou escrever um texto só, abordando, além de tudo isso, o fim do ano, o novo ano, o natal, e o problema da fome no mundo. Basta agora decidir como fazê-lo.
Por isso, informo que preciso de mais um tempo. Nas próximas horas, sairá um "Tratado Sobre o Mundo", quentinho. Aguardem e perdoem a demora.