quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Quando alguém consegue dizer melhor que você mesmo o que você sente.. entendeu? II

Das contradições...
Por que tenho que construir minha personalidade pautada na homogeneidade e no princípio de que a construção de minhas diversas faces tem que ser regida pelo princípio da não-contradição?
Por que tenho que ter explicações para todos os meus atos e tenho que guiá-los pela idéia de que eles devem ter certos fins e que eu deveria ser capaz de saber quais serão esses fins?
Ademais, por que tenho que saber onde meus atos desembocarão se não consigo nem saber quem eu sou hoje, se não sei quem fui ontem e muito menos quem serei amanhã? Aliás, amanhã eu serei alguém ou esse alguém será por mim?
Por que devo me responsabilizar pelas vidas dos outros se não consigo me responsabilizar pela minha própria vivência? Seria uma fuga o fato de que tento diariamente me fazer acreditar que
minha existência deve ser pautada no postulado de que é cotidianamente que se experencia o mundo?
Se é verdade o que uma grande amiga que faz papel de um xamã para mim disse e eu vim ao mundo para me satisfazer, enquanto que os outros têm que satisfazer a si próprios, por que sou cotidianamente construído a pensar e a sentir o mundo todo em minhas costas?
Por que quero me expressar e não saem mais palavras de minha mente, de minha boca, de meu corpo, apenas gestos que nunca verás, contorções, gritos internos, fluxos e refluxos de sentimentos, emoções, contradições, arrependimentos, dissociações?
Por que sou obrigado a aceitar o racionalismo se todas as minhas experiências me ensinam a rechaçá-lo com todas as forças de um coração partido, sangrando ou ainda vibrando por sangrar ou sangrando por fazer outros sangrar???? Por que alguns corações sangram por outros corações?
Por que??? Por que??? Por que??? Por que??? Por que??? Por que??? Por que??? Por que???
Repressões morais a parte, por que não conseguimos deixar de tê-las e sentí-las como uma dor lancinante que torna-se mediação simbólica de todas as experiências que temos, enquanto não conseguimos construir novas categorias que organizem nossas experiências em nossas mentes e corpos? É possível construir essas novas categorias?
Por que considero esse post tão ridículo e, ainda assim, teimo em publicá-lo???
Rafael Arantes

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Ele so escreveu antes de mim porque chegou em casa primeiro. Quem nao partilha dessas duvidas? A fronteira entre satisfacao pessoal e responsabilidade moral ou social eh antiga, e causa uma angustia enorme nos pobres coracoes dos jovens. Porque voltar a um tema tao recorrente? Sabe aqueles dias em que alguns textos sao mais seus que de qualquer outra pessoa no universo? pois eh, hoje eh o dia. Espero encontrar auxilio de algum outro xama que esteja mais perto que o de Rafael. Onde estao vcs, xamas?
p.s.: perdoem a falta de sinais graficos. Hoje descobri que os pcs do CPD sao contra qualquer tipo de acentuacao. E nao me encham muito com isso. Escrevo no intervalo entre uma palestra muuuito interessante sobre alimentos e a minha matricula presencial, aquele evento tao tranquilo e relaxante que os alunos da ufba ja conhecem...

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