terça-feira, março 24, 2009

Decifrando o mal do mundo

Há tempos atrás, eu disse que escreveria sobre como acabar com a fome do mundo. Pois é, acho que é chegado o momento - em meio a essa enorme crise - de socializar meu pensamento a respeito.


Começo com o âmago do argumento: o mal do mundo é o desperdício. Sim, eu sei, parece meio óbvio, assim de cara. Mas me permitam explicar melhor.

Num passeio despretencioso por nossa cidade (seja qual for ela), podemos perceber exemplos absurdos de desperdício. Mas a coisa que mais me impressionou, na minha última reflexão propiciada por uma longa viagem num coletivo, foi o desperdício de gente. É, seres humanos sendo desperdiçados!

Quantas reportagens foram feitas, nos ultimos 10 anos, acusando falta de agentes de fiscalização do IBAMA, CREA, Polícia Federal, entre tantos outros, para impedir e coibir diversos crimes como os ambientais ou o contrabando? Eu contei, desde que comecei a assistir televisão, foram exatamente 4.568 reportagens (quem duvidar, conteste com provas). Pois bem, considero que um individuo médio, relativamente ambicioso e apto para o trabalho, pode realizar essa atividade de fiscalização, concordam? Mas a gente perde toda essa mão de obra com atividades inúteis.

Na Estação Iguatemi, frenético ponto de embarque e desembarque de passageiros (ainda mais frenéticos) da cidade de Salvador, há um exemplo emblemático disto que vos falo. Profissionais (concursados!), que tem como principal função sinalizar para os ônibus que eles devem ir para frente. Diabos, será que algum motorista de ônibus não sabe que ele deve ir para o ponto livre mais adiante da plataforma de embarque, parar, esperar embarque e desembarque, e seguir em frente, o mais rápido possível? Será que o gesto, com a mão erguida no sentido de fora para dentro do corpo, com a palma da mão estendida, indicando pressa, faz alguma diferença no trabalho dos motoristas? Eu acredito firmemente que não.
Existem outros exemplos... Quem já viu a manchete: "segurança de banco age com rapidez e impede assalto de grandes proporções" ? Aposto que nenhum de vocês. Segurança de banco é um desperdício de gente. Na verdade a única atividade produtiva deles é irritar pessoas que têm pressa, ao travar aquela maldita porta giratória. Qualquer assaltante que se preze rende facilmente os seguranças dos bancos.
Há um exemplo de desperdício ainda mais notório: quem já viu alguma utilidade em comentarista de futebol? O cara chega lá, assim o jogo de graça e pior, recebe um salário razoável para dizer o óbvio: o time que ataca mais tá melhor, o que ataca menos tá próximo de tomar um gol. É muita inutilidade.
Poderia citar milhares de outros exemplos... mas prefiro deixar que vocês mesmos pensem neles. A solução para todos os problemas do mundo está em identificar todos os focos de disperdício, arrebatar essa gente, recrutar para as funções e certas e lhes colocar nessas vagas, abolindo de uma vez todas as funções inúteis da face da terra, como a do locutor de supermercado. Teriamos um mundo mais justo, funcionalmente mais dinâmico, mais rico, mais eficiente, e mais feliz. E quem duvidar da grandeza do meu argumento que tente me convencer.

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