terça-feira, junho 20, 2006

Copa do Mundo




É muito clichê. Clichê demais mesmo, admito. Mas fugir do assunto Copa do Mundo tornou-se tarefa árdua frente a invasão das transmissões 24 horas das tvs cheias de tecnologia. Longe de mim a intenção der querer ser o crítico das críticas,aquele que vê tudo de cima. Mas eu não concordo com quase nada do que se diz por ai enquanto estamos assistindo o tão grandioso evento futebolístico.
Em primeiro lugar, classifico como vazia, rasa mesmo, a idéia defendida por muitos, de que o ufanismo caracteristico do período de Copas "aliena" os brasileiros, e os faz esquecer que o seu país é pobre, que tem gente passando fome, que os caras que nos representam dentro das quatro linhas ganham rios de dinheiro lá fora, enquanto o pau come por aqui, blá blá blá. É vazia por ser essa "alienação" exterior, anterior e superior a qualquer evento esportivo. Afinal, em qual outro período do ano ou da década o povo brasileiro não foi acomodado, desmobilizado e "alienado"? Então, não me venham com churumelas. A culpa da nossa inércia política está longe, bem longe mesmo, de poder ser atribuida ao futebol.Eu diria, do alto dos meus vinte anos e pautado no grande acúmulo de conhecimento que tenho sobre o problema(rs), que há uma junção de inúmeras causas nessa inércia. Mas isso é assunto pra outra hora....Vale dizer que torcer contra a seleção, apoiado nos argumentos descritos acima, longe de ser uma postura "politizada", é só, e somente só, coisa de gente muito da chata. Jogo duro contra a Croácia, Brasil levando pressão, e vem um panaca de lá e diz: Vamo Croáaaacia! Ah, vai pra....
Bom, agora o outro lado da moeda. A campanha da Rede Globo nesse período, ressaltando os "símbolos nacionais", o orgulho do povo e coisas do gênero, também é de dar nos nervos. Tudo bem, muito provavelmente a audiência absurda que a Globo tem nesse período é conseguida tanto pela tradicional liderança de audiência como, diga-se de passagem, pela campanha tecnicamente bem feita. Se dá certo, devemos parabenizar, porque é isso que importa, diria Maquiavel(ressalvando-se a idéia original de Maquiavel, que identificava a eficácia das ações como medida de sua qualidade no campo político. Perdoem a analogia forçada, mas o blog é meu, então eu posso!). Mas analisando menos (ou mais) friamente a questão, não bem assim não, pô. Futebol é um jogo, os caras ganham muito bem pra jogá-lo, e não tem nada de patriótico naquilo. É um jogo. Usamos o critério de torcer para aqueles que nasceram no mesmo país que nós. Muitas vezes lá longe, onde nunca fomos. É um dos critérios, mas não precisa ser transformado em obrigação patriótica. A Globo faz, exagera e enche o saco.
Eu, particularmente, torço pro Brasil porque considero que é um time excepcional. Sem dúvidas o jogador brasileiro é diferenciado, criativo, ousado. Dá gosto de ver. Mas transformar isso numa querra nacionalista desarmada, é demais pra minha cabecinha.
Dito isso tudo, resta torcer. Pra frente Brasil, salve a seleção!

2 comentários:

Anônimo disse...

Excelente a sua observação sobre a Copa e a sua sequência lógica, pq não tem como fugir do efeito que ela traz, milhões de pessoas torcendo, xingando e aproveitando para se lamentar.
Qto a Rede Globo...sem comentários pela reverência feita à seleção =X
Adorei a crônica (posso chamar assim né?)Rsrsrs.
Bjos.

Anônimo disse...

Amor, o texto é maravilhoso! Vc foi perfeito na sua colocação! A Copa é, com certeza, uma explosão de sentimentos,e é ridículo ver a Rede Globo tentar tirar proveito disso para manipular o povo, me diz se quem passa fome deixa de sentir fome só pq é Copa do Mundo?
Mas deixando de lado os comentários da Globo e de Noronha(rsrsrs), vamos curtir e torcer pelo Brasil!
Bjão! Te amo!