sexta-feira, julho 07, 2006

Soneto


Largo em sentir, em respirar sucinto
Peno, e calo tão fino, e tão atento,
Que fazendo disfarce do tormento
Mostro, que o não padeço, e sei, que o sinto.

O mal, que fora encubro, ou que desminto,
Dentro do coração é, que o sustento,
Com que para penar é sentimento,
Para não se entender é labirinto.

Ninguém sufoca a voz nos seus retiros;
Da tempestade é o estrondo efeito:
Lá tem ecos a terra, o mar suspiros.

Mas oh do meu segredo alto conceito!
Pois não me chegam a vir à boca os tiros
Dos combates, que vão dentro do peito.



Gregório de Matos

2 comentários:

Anônimo disse...

Amor, que lindo esse soneto!
Com certeza,ás vezes travamos combates dentro de nós, tão internos que compartilhar fica complicado, sendo assim o silêncio se torna a melhor saída, pelo menos a mais fácil ! Lembrando disso, agradeço por poder compartilhar todos os meus conflitos com vc!
Te amo! Bjão!

Anônimo disse...

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